Continuando a falar sobre os aspectos sociológicos da nova Lei dos Crimes Sexuais, divulgo mais um trecho do artigo.
Aguardo comentários que possam enriquecer o debate.
"... Dos delitos citados, o mais que mais emerge como a grande “surpresa social” é a pedofilia porque, na maioria dos casos, ela é praticada por pessoas próximas ligadas à família da vítima, ou seja, aqueles que deveriam proteger o “vulnerável” e orientá-lo a viver em sociedade com respeito ao próximo, ética e dignidade, simplesmente destroem a estrutura física, psíquica e emocional da criança ou adolescente. Os indivíduos têm buscado egoisticamente satisfazer sua libido a todo custo, cedendo aos apelos sedutores do anonimato oriundo da internet e de seus problemas psicológicos pessoais, e encontram nos menores a ponta mais fraca de uma relação cruel de exploração em todos os aspectos humanos.
A excessiva flexibilização dos valores construídos que mantinha os vínculos familiares, considerados “freios sociais” impeditivos de incestos é um dos pilares explicativos para a exteriorização pública dos abusos sexuais nos grupos familiares, fato que era ocultado pela sacralidade dada à instituição Família, considerada pelo ângulo de dominação do patriarca sobre a esposa e filhos. Isso quer dizer havia tal exploração sexual, contudo, elas preferiam se omitir a ver sua “redoma de vidro” da aparência se quebrar com um escândalo vergonhoso ... ".